quarta-feira, 13 de novembro de 2013

                  VISÃO NOTURNA

 
 
Já é noite em Belo Horizonte.
As quaresmeiras exalam o odor dos sentidos,
arrancando-me do chão.
Do alto, vejo centenas de pontos luminosos
mutilarem casas, aglomerados e condomínios.
 
Meu coração se torna um abrigo de sensações.
 
Nas ruas, deparo com meninas que insistem em vender
suas flores,
Poetas desfigurados recitam em vão...
Damas e travestis requebram entre ruas
que se quebram, desafiando minhas retinas.
 
A chuva cai freneticamente, pequenos roedores
correm a procura de abrigo, outros distraídos se
perdem nas valetas dos bueiros.
 
As horas passam...
A noite se despede.
Meus pés permanecem no chão.
 
 
                            Cláudio Hermínio

Nenhum comentário:

Postar um comentário

VESTÍGIO

Nos meus sonhos, os unicórnios carregam à note com seus chifres a tiracolo, se passam por Alazões e trepidam lentamente por entre as folhage...